Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Abraracourcix e a sua aldeia mudam de poiso

Os blogs do Sapo são muito bonitos, é um site português e coisa e tal, mas há algum tempo que me andav a irritar. Sendo assim, e como chefe desta aldeia, tomei uma decisão radical: mudei-a para o Wordpress.

Não foi fácil sobretudo transplantar as árvores (o Ideiafix não parava de ganir), e os javalis demorarão algum tempo a habituar-se aos novos prados, mas a partir de agora este blog, com nome novo e tudo (não digo para aguçar a curiosidade), passará a estar

aqui.

Abraracourcix o chefe falou sobre:
Domingo, 13 de Julho de 2008

O fim do petróleo - cenário não catastrofista

Estava a comentar mais uma interessante análise do Dissidente X quando me apercebi do rumo que o meu comentário levou, e do peso do que estava a escrever. Porque é o assunto da moda, incontornável pelo peso que tem no nosso sistema de vida - o petróleo - decidi adaptá-lo a post.

Ultimamente tenho visto alguns comentários isolados, de pseudo-analistas, de jornalistas e de bloggers (por grau crescente de relevância) que começam por "quando o preço do petróelo baixar...".

Sempre que leio isto não consigo evitar um sorriso triste (como gostava que fosse um sorriso irónico...) e penso como estão iludidos, ou melhor, como querem estar iludidos. O grande problema é que ainda não nos consciencializámos da realidade, melhor, ainda não nos quisermos consciencializar. É o mesmo que quando custa acreditar que um parente próximo está para morrer: é o tipo de má notícia que temos tendência a negar para manter a sanidada mental, e compreendo este mecanismo.

Contudo, por muito que queira acreditar, não consigo. Não creio que o petróleo baixe nem sequer aos 100 dólares, embora gostasse de estar redondamente errado.

 

Não estou a ser catastrofista e sei precisamente o que vou dizer e o peso do que vou dizer. O preço do petróleo não vai baixar, pelo menos não significativamente (gostava de acreditar nos 100 dólares…), e não mais do que no curto prazo (dias, semanas no máximo).
Podem gravar as minhas palavras. O preço do petróleo não vai baixar nunca mais.

 

O que é grave é que como ainda não nos quisemos consciencializar disto, ainda não pensámos a sério, mesmo a sério, em como terá de ser o mundo depois disso.
O petróleo vai acabar, isso é óbvio - por isso se chama recurso não renovável. Em relação a quando vai acabar, suspeito que as petrolíferas tenham uma ideia bem mais nítida do que o que deixam transparecer…

Especula-se muito sobre o “pico do petróleo”, o momento em que a produção petrolífera chegará ao máximo e começará a baixar, alguns dizem mesmo que esse pico já passou e não nos dizem para não criar alarmismo…

Acredito que se não aconteceu (nãio excluo a hipótese), está para acontecer nos próximos anos, o que explica a histeria crescente dos mercados. Mas claro que ninguém nos vai avisar disto… 

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Não às detenções secretas

Apelo da Amnistia Internacional a Nicolas Sarkozy, enquanto presidente em exercício da União Europeia, para uma condenação à política de "rendição" americana. Podem assinar e enviar o apelo online. Este é o texto:

 

Dear President Sarkozy,                                                       
 

 

In view of France's Presidency of the European Union, I urge you to lead the EU Council to publicly condemn rendition and secret detention as unlawful. I am deeply concerned that the recommendations of the European Parliament and the Council of Europe made after investigations into Europe's role in rendition and secret detention have not been implemented. I further call on you to:

- Ensure that Members States establish independent parliamentary and/or judicial inquiries into allegations of co-operation in rendition and secret detention;
- Promote clear and binding safeguards against the use of the airspace or airports of EU Member States for the purposes of unlawful detention and rendition.

Respectfully,
 
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um discurso de Abraracourcix às 12:55
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Sábado, 12 de Julho de 2008

Razões antropológicas para o futuro sucesso da Selecção

Fico contente com a escolha de Carlos Queiroz para seleccionador nacional. Não só é um nome consensual, como no contexto actual era o único nome consensual. Espero que o seu trabalho esteja à altura de tudo o que fez no Manchester United, onde era ele praticamente o verdadeiro "treinador" - era ele que treinava os jogadores quase sempre, ficando Alex Ferguson com um papel quase de "manager".

Há, para além disso, outro aspecto que me parece particularmente encorajador. É uma conclusão a que cheguei há bastante tempo, e que o sucesso de Scolari não conseguiu desmentir. Vejam as fotos dos últimos seleccionadores nacionais:

 

 

Carlos Queiroz

(1990-94)

 

António Oliveira

(1994-96)

 

Artur Jorge

(1996-98)

Humberto Coelho

(1998-2000)

António Oliveira

(2000-02)

Luiz Felipe Scolari

(2002-08)

 

 

Notam alguma semelhança entre estes seis senhores? Pois é: todos tinham bigode na altura em que treinaram a Selecção. Isso levou-me a formular a teoria, meio a brincar meio a sério (a análise antropológica às origens culturais do bigode luso dariam - a sério - que falar...), mas até agora indisputada, de que Portugal só ganharia alguma coisa quando tivéssemos um seleccionador sem bigode (as boas prestações de Scolari talvez devam algo ao diminuto tamanho do seu bigode).

 

Onde eu quero chegar é claro: é que Queiroz já não tem bigode!! Assim sendo, talvez seja agora que finalmente nos vamos deixar do "quase" e de vitórias morais!

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um discurso de Abraracourcix às 18:58
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Sexta-feira, 11 de Julho de 2008

Altermundo reaberto

Depois de (mais) um período de crise criativa, preguiça, etc., o chefe da vossa aldeia gaulesa preferida - embora provavelemente a aldea gaulesa menos povoada - está de volta ao activo. Espero não voltar a parar tão cedo...

Novas, actuais e incisivas leituras da actualidade em breve.

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um discurso de Abraracourcix às 14:07
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Quarta-feira, 9 de Abril de 2008

Vive la France

De forma negramente simbólica do que realmente significa a conjugação destes Jogos Olímpicos com a questão tibetana, a chama olímpica chegou a ser apagada à sua passagem por Paris. Tinha que ser em França...

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Bem vindos ao Turquemenistão

No Público de hoje, uma notícia aparentemente provinda do correspondente deste pasquim no Turquemenistão:

"PND pede estátua de 50 metros a Jardim (...) o PND propõe que no "próximo orçamento regional seja reservada uma verba adequada para esta importante obra de reconhecimento e gratidão". Com 50 metros e fundida em cobre, deverá, segundo a proposta, ser colocada na entrada do porto e "concebida de forma a possuir uma escada interior que permita aos visitantes a subida até à altura da cabeça, de onde poderão observar o Funchal, através dos olhos do seu amado líder". Deverá ainda estar dotada de "um mecanismo propulsor interno que permita que a estátua acompanhe o movimento do sol, como fazem os girassóis", e, do cimo, sair "um forte silvo que simbolize para as gerações vindouras os imortais dotes oratórios" de Jardim."

Só faltou a comparação ao já defunto Saparmurat "Turkmenbashi" Nyazov...
Mas falando a sério, estava à espera que no final a notícia dissesse: "E então ele riu-se descontroladamente".
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um discurso de Abraracourcix às 00:45
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Sexta-feira, 4 de Abril de 2008

Break my arms...

I have your good clothes in the car
So cut your hair so no one knows
I have your dreams and your teeth marks
And all my fingernails are painted

I'm here to take you now

You were right about the end
It didn't make a difference
Everything I can remember
I remember wrong

How can anybody know
How they got to be this way
You must have known I'd do this someday
Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

I don't have any questions
I don't think it's gonna rain
You were right about the end
It didn't make a difference

I'm here to take you now

Out among the missing sons and daughters of the SoHo riots
Out among the missing sons and daughters of the SoHo riots

I'm here to take you now

How can anybody know
how they got to be this way
You must have known I'd do this someday
Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love
And be forgiven by the time my lover comes
Break my arms around my love

Break my arms around the one I love

(The National, Daughters of the Soho Riots)
Abraracourcix o chefe falou sobre:
um discurso de Abraracourcix às 15:43
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Editors



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um discurso de Abraracourcix às 10:37
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2008

O PCP e o Tibete: a minha resposta à resposta de Bernardino Soares

  Caro Bernardino Soares

(espero que não estranhes o tutoiement, é a minha norma blogosférica, bem como penso ser a norma comunista)

Obrigado antes de mais pela resposta, que sinceramente não esperava.

Muito folgo que, pelo menos, o PCP manifeste o seu pesar pelas vítimas e apele ao fim da violência e a uma resolução pacífica da questão.

Não sou no entanto ingénuo ao ponto de pensar que não existe manipulação da informação veiculada. Eu frisei isso na minha carta: sei que ela existe, e que existe dos dois lados (na tua resposta só referes a manipulação "ocidental"); tal como sei - porque isso também passou nos media ocidentais - que os protestos iniciais por parte de tibetanos assumiram também contornos violentos. Não estou como é óbvio de acordo com qualquer tipo de violência, possa ela ser justificada ou não, e julgo que o que escrevi antes deixa claro este meu ponto de vista.

Não compreendo no entanto as aspas relativas à "ocupação chinesa há mais de 50 anos". É um facto que a China ocupou o Tibete há cerca de 50 anos. Ou o facto de haver militares chineses e orgãos de soberania chineses, contra a manifesta vontade dos Tibetanos, não é ocupação? E se é verdade que durante a maior parte da sua história o Tibete não foi independente, é igualmente um facto que o foi (pelo menos de facto) no período imediatamente anterior à ocupação chinesa.

O que está em causa, de resto, nem sequer é a questão da independência, pelo que nem sequer faz grande sentido levantá-la. Como bem dizes, os próprios Tibetanos não se opõem à soberania chinesa; opõem-se isso sim à sistemática aniquilação da sua cultura. O que está em causa é o princípio da auto-determinação, tal como o Dalai Lama repetidamente insiste (embora raramente seja ouvido neste aspecto), princípio que aliás está inscrito na Carta das Nações Unidas. Este não equivale necessariamente a independência, apenas, como é aqui o caso, do direito de cada povo a decidir de si próprio - e o Tibete não se importa de ser chinês, desde que isso permita a livre expressão da sua cultura e religião (que também não é tolerada pela China).

Quanto às tuas alegações em relação a feudalismos e formas de escravatura, não deixas de ter razão: são sistemas contrários aos Direitos Humanos. A sua abolição, porém, pode ser efectuada de múltiplas formas, e não exlusivamente pela força da bota chinesa. De resto, este é uma linha argumentativa perigosa: sob ela alicerçaram os Estados Unidos a sua invasão do Iraque, por exemplo, à qual (e bem) o PCP se opôs.

Alegro-me pelo facto de te teres dado ao trabalho de visitar o meu blog. Espero que talvez o visites novamente (não é preciso concordar com um blog para o ler), e até quem sabe deixar comentários, que seráo sempre bem vindos, concordantes ou não comigo. Quanto à questão do Kosovo, é outro assunto em que discordo com a linha adoptada pelo PCP (mais uma vez as antigas fidelidades a ditarem as suas regras...). O meu ponto de honra é a auto-determinação dos povos, não necessariamente dos países. A inviolabilidade das suas fronteiras deve ser sempre que possível adoptada como ponto de partida para a resolução de questões de auto-determinação (casos na Europa não faltam), mas quando tal não é possível há que avançar para alternativas. No Kosovo é patente que seria impossível a manutenção das fronteiras sérvias, com interferências externas, é certo, mas a partir do momento em que sucederam não se pode retirá-las de cena.

A minha nota final é para o teu argumento de que "é evidente que o apoio a movimentos separatistas por parte de potências ocidentais, é um reflexo do avanço de pretensões de ingerência directa e indirecta no território da China.". Elas existem, como é óbvio - não sou ingénuo como te parece decorrer da minha carta - mas também existem por parte da China, por exemplo no Sudão. Chama-se realpolitik. Não gosto dela, seja por parte de quem for - Estados Unidos, China, Rússia, UE - mas existe. Dos dois lados, como tudo nesta questão (em todas as questões).


                Cumprimentos,


                       António Rufino
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O PCP e o Tibete: resposta de Bernardino Soares ao meu mail

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, respondeu - e em pessoa, sem recurso a gabinetes ou secretários, o que muito me lisonjeia - ao mail que enviei em relação à posição comunista face à violência no Tibete:

"Caro António Rufino

 

Com todo o respeito pelas opiniões expressas sobre a posição do PCP em relação ao voto sobre os acontecimentos no Tibete, não posso estar de acordo com elas.

 

Penso mesmo que são injustas em relação ao que realmente é a posição do PCP. Envio por isso a intervenção proferida por ocasião desse debate.

 

Desde logo em relação à questão dos Direitos Humanos nela se afirma clara e inequivocamente: “Não está em causa a manifestação de pesar do PCP em relação às vítimas, o seu desejo de que os conflitos tenham uma resolução rápida e pacífica, bem como os seus princípios de defesa da democracia e dos direitos humanos.”.

 

Mas independentemente disso é impossível, ou pelo menos de uma grande ingenuidade, não compreender todo o alcance do que se está a passar.

 

Dizer que há deturpação de informações, como no caso das imagens sistematicamente difundidas como sendo no Tibete, de cargas policiais que afinal eram no Nepal, ou no constante esquecimento de que os protestos na origem dos acontecimentos também foram violentos, não significa negar que existem situações para as quais entendemos dever haver uma solução pacífica, como afirma a nossa intervenção.

 

E não pode significar qualquer dúvida de que o PCP não abdica dos seus princípios de defesa da democracia e liberdade, de que são testemunhos eloquentes a nossa história, o nosso programa e a nossa actividade política diária. São esses que nos responsabilizam. É por esses que respondemos e não por quaisquer outros.

 

Chamo também a atenção para as deturpações históricas sistematicamente feitas sobre a história do Tibete, pense-se o que se pense sobre a sua situação actual ou sobre a China. É o caso das referências à “ocupação chinesa de há mais de 50 anos”, tese sistematicamente repetida e que não tem adesão à realidade. Para além de não se conhecerem quaisquer questionamentos formais à integração da região do Tibete na China, nem sequer das potências que visivelmente ao longo dos anos têm apoiado e até armado movimentos separatistas, a verdade é que o Tibete é uma das regiões da China, com maior ou menor autonomia, desde há 700 anos. O próprio Dalai-Lama não defende a independência do Tibete. Mesmo no período após a revolução popular chinesa essa integração não foi questionada, até pelo próprio Dalai-Lama, que aliás integrou a primeira Assembleia Nacional Popular da China e teve funções de governação no Tibete nesse período.

 

Seria interessante aliás analisar as razões para a divisão que entretanto aconteceu por parte da nobreza e de dirigentes religiosos tibetanos, e a sua ligação com as iniciativas de abolição da servidão e da escravatura vigentes até a essa data naquela região, bem como de um acesso mais justo à terra e aos meios de subsistência.

 

Uma nota final para a questão do respeito pela soberania dos países e dos povos e pelo direito internacional. É que esse princípio está crescentemente ameaçado nos tempos que correm, como bem se verifica na questão do Kosovo (em que verifico que assume no seu blogue como natural o reconhecimento por Portugal da independência deste território), e do Iraque, entre outras. No caso concreto essa é também uma realidade relevante, porque é evidente que o apoio a movimentos separatistas por parte de potências ocidentais, é um reflexo do avanço de pretensões de ingerência directa e indirecta no território da China.

 

Espero com isto ter contribuído para uma melhor compreensão da nossa posição em relação ao voto apresentado.

 

Cumprimentos,

 

Bernardino Soares"

 

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Mais um pouco de luz para o Zimbabwe

Segundo a BBC News, o partido da oposição no Zimbabwe, o MDC, ganhou as eleições legislativas, tendo conseguido 99 lugares no parlamento contra 97 do ZANU-PF de Mugabe. Mais um forte sinal de que o controlo deste sobre o sistema político zimbabweano enfraqueceu consideravelmente. Mais um sinal de esperança para quem vive com 100.000% de inflação anual (número tão absurdo que tenho dificuldades em acreditar nele), enquanto não são divulgados os resultados das presidenciais - parece seguro, incrivelmente, que Tsvangirai venceu Mugabe, restando saber se terá conseguido os 50% necessários para evitar uma segunda volta (i.e. uma segunda oportunidade para Mugabe falsificar as eleições).
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um discurso de Abraracourcix às 10:51
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2008

Luz ao fundo do túnel para o Zimbabwe?

À hora a que escrevo, o Zimbabwe parece à beira de uma inesperada mudança, com rumores de que a saída de Robert Mugabe do poder estará a ser secretamente negociada.
A parada parece ter sido demasiado alta para este alucinado e demente ditador. A realização simultânea de eleições presidenciais, legislativas e locais poderá foi um desafio logístico demasiado grande para a manipulação em massa habitual em eleições prévias e que garantiam a sua segura vitória ou a do seu partido ZANU-PF.
Esta é uma leitura possível. Outra é que a votação de Mugabe e, mais importante, a sua aura de inexpugnável, foi erodida pela emergência de Simba Makoni, candidato dissidente do próprio ZANU-PF. Com estes dados, a margem de vitória do candidato da oposição, Morgan Tsvangirai (pronuncia-se "Tchangirai", ao que parece), terá sido demasiado grande, tão grande que os esbirros de Mugabe não terão conseguido, em tempo útil, inverter o resultado.
Isso explica o atraso na divulgação dos resultados, mesmo que parciais, de uma eleição que decorreu no sábado: Mugabe estaria a tentar um último forcing manipulador para pelo menos impedir que Tsvangirai alcance os 50%  e assim conseguir que se realize uma segunda volta.
Neste momento, nada mais há senão dúvidas e incertezas. Para mim - como provavelmente para muitos zimbabweanos - parece ainda impossível que o ditador que supostamente dominava o país com punho de ferro possa ter conhecido a derrota no campo de batalha e com armas escolhidas pelo próprio e em que ele é especialista. Vai assim reinando uma calma tensa - que por ora Tsvangirai avisadamente fomenta - enquanto se espera que no horizonte se possa desenhar uma saída que não leve a banhos de sangue...
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um discurso de Abraracourcix às 01:02
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Segunda-feira, 31 de Março de 2008

Mail por mim enviado ao PCP em relação à questão do Tibete

Assunto: Carta de repúdio de um militante à posição do PCP na questão do Tibete


Camaradas,

No final da semana passada, foi votado na Assembleia da República um voto de protesto contra a recente irrupção de violência no Tibete, ao qual o PC foi o único partido a opor-se. Escrevo-vos para vos manifestar a minha veemente discordância e o meu repúdio face à vossa posição.
Independentemente de justificações, espúrias ou não, independentemente de alegados ataques à realização dos Jogos Olímpicos, de teorias da conspiração, de campanhas de desinformação (as quais, camaradas, podem ser alegadas pelos dois campos), o que está em causa é a coragem de assumir a defesa de uma posição mesmo que incómoda, mesmo que contrária a afinidades de outra índole. O que está em causa é não se refugiar em teorias da conspiração para não ter de se assumir algo incómodo: que possíveis afinidades ideológicas ou amizades políticas não podem sobrepor-se, nunca, aos mais básicos e absolutos dos direitos - os Direitos Humanos.
São estes os Direitos que devem valer, e estes, quaisquer que sejam os olhos com que se vejam (desde que se queira ver), foram - e são continuadamente desde a ocupação chinesa há mais de 50 anos - barbaramente violados no Tibete.
Do meu ponto de vista, camaradas, perderam toda a legitimidade moral para protestar e opor-se a tantos casos de ilegais invasões de países terceiros, grosseiras violações do Direito Internacional e violações dos Direitos Humanos por esse mundo fora. A questão do Tibete é-me demasiado clara para poder deixar passar em branco mais esta vossa agressão (não, não é a primeira...) àquilo em que mais profundamente acredito.

Camaradas, perderam com este acto o meu afecto e a minha militância. O meu cartão de militante do PCP, nº 36402, que com orgulho ostentava na minha carteira, foi colocado na gaveta. A minha militância também.
Hei-de continuar a chamar-me, a considerar-me, comunista, pois isso tem a ver com aquilo em que se acredita, e não com a pertença a um grupo ou partido. Hei-de ser para sempre comunista. Não posso, neste momento, continuar a ser e a considerar-me membro do PC.

          Cumprimentos,
      
                António Rufino

PS - Esta carta será também colocada no meu blog, altermundo.blogs.sapo.pt, como parte da minha manifestação de repúdio.
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Sexta-feira, 28 de Março de 2008

Eleitoralismo precoce

Está confirmado oficialmente (como se necessitasse de confirmação): o Governo está já em campanha eleitoral. A descida do IVA de 21 para 20% foi anunciada por Sócrates como um "sinal" - só que, em meu entender, um sinal no sentido errado.
Do ponto de vista económico (algo de que eu entendo um pouco), esta descida até faria sentido se se pretendesse estimular a economia, numa altura em que paira o espectro de uma nova crise de que ainda não se sabe muito bem a natureza, duração ou dimensão. Deste ponto de vista, os agentes económicos receberiam um pequeno estímulo (mais em termos de expectativas que outra coisa, mas estas em Economia contam muito) a não reduzirem a sua actividade. No entanto, o discurso de Sócrates não foi neste sentido, mas antes de o "sinal" ser de que as maiores dificuldades já passaram.
Ora isto é duplamente mentira. Para além de ser nesta altura impossível prever com alguma certeza como evoluirá nos próximos tempos a economia (a portuguesa, a europeia, a americana, a mundial), qualquer economista minimamente sério (e menos engagé politicamente...) dirá que a redução de impostos só faz sentido quando o défice atingir um patamar bastante mais baixo.
Em termos de dificuldade de aplicação, o que o Governo fez até agora - baixar o défice além dos 3% - é o mais simples. Difícil mesmo é baixar mais ainda, para um nível que seja sustentado no longo prazo (pelo menos entre 1,5 e 2%). Este défice de 2,6% pode muito facilmente resvalar para cima, como já tantas vezes aconteceu em Portugal nos últimos tempos, mais ainda pela tentação eleitoralista. Seria preciso baixar mais ainda para se poder com segurança aplicar este tipo de medidas estimuladoras da economia.
Como nem Sócrates nem Teixeira dos Santos levaram o seu discurso por aqui, e apesar de classificarem a decisão como "prudente" (e é-o apenas porque a descida terá efeitos pouco mais que marginais sobre os preços, embora nem tanto sobre as finanças públicas), sobra apenas a explicação maldosa para esta medida...
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um discurso de Abraracourcix às 11:35
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Os melhores javalis


O chefe viu:
   "Nightwatchers", Peter Greenaway

  

 

   "The Happening", M. Night Shyamalan

  

 

   "Blade Runner" (final cut), Ridley Scott

  


O chefe está a ler:
   "Entre os Dois Palácios", Naguib Mahfouz

O chefe tem ouvido:
   Clap Your Hands Say Yeah, Some Loud Thunder

   Radiohead, In Rainbows
 

por toutatis! que o céu não nos caia em cima da cabeça...

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