Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007
...de uma homofobia demasiado gritada - demasiado capa protectora (e sobre isto tanto haveria a dizer), ousaria dizer. A verdade é que o desporto ainda é encarado como um reduto másculo em que a homossexualidade é estereotipada como ameaça, como anti-masculinidade. Por isso mesmo, actos de coragem como o que retirei do caderno P2 do Público são importantes, pedradas no charco que tentam desmontar esse estereotipo e mostrar que a homossexualidade nada tem de anti-másculo, aliás nada tem de anti-nada - nem é mais masculina nem mais feminina; é, apenas, diferente.
"John Ameochi decidiu sair do armário"
"Acabaram-se os rumores. O antigo jogador da NBA assumiu a sua homossexualidade. Na biografia Man in the Middle, o britânico de ascendência nigeriana veio causar um abalo no mundo masculino do desporto profissional nos Estados Unidos. "Um mundo homofóbico", acusa. (...) "Os balneários da NBA são a coisa mais extravagante que já vi na vida. Homens a exibirem os seus corpos perfeitos. A vangloriarem-se das suas façanhas sexuais. A enfeitarem-se em frente ao espelho, cheios de água de colónia e a porem carradas de gel no cabelo. Experimentam os seus fatos de 10 mil dólares cada um, admiram os seus anéis e fios. Não podia deixar de pensar: "E eu é que sou o gay"".
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Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2006
Esta semana pretendo dedicar atenção a uma revelação - autêntica "cacha" jornalística! - feita pelo
renas e veados, em relação às causas obscuras do que se vem passando na Polónia. Eu sei que já é um post antigo, mas só agora o descobri e, enfim, não deixa de merecer destaque...
Já era sobejamente conhecido o carácter, mais que ultra-conservador e ultra-católico, reaccionário da gemelar liderança política do país: declarações plenas de homofobia (e anúncio de leis a acompanhar o tom), ameaça de re-introdução da pena de morte (ignorando que tal não é possível - ou não deveria ser possível - no seio da União Europeia) para crimes ditos "morais" (o que a somar à declarada homofobia está-se mesmo a ver no que iria redundar...), enfim, um governo do mais extremista que há e ostentadamente atentatório de alguns elementares direitos humanos, sobretudo em relação a "minorias socias".
Mas o que mais vai saltando à vista é mesmo a arreigada homofobia dos gémeos Kaczcýnski, de que agora o renas e veados vem revelar a origem - é que, ao que tudo indica e até já se fala abertamente disso na Polónia, o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczýnski é homossexual... Como diz o boss,
a homofobia é tão gay...
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Terça-feira, 19 de Setembro de 2006
Já é assim em Espanha... Dentro de quantos anos em Portugal?
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Quarta-feira, 9 de Agosto de 2006
Segundo notícia de hoje do Público, foram desmentidas as orientações dadas aos serviços consulares portugueses em Espanha no sentido de negar certidões para casamentos homossexuais, ou seja, foi dito (fiquei sem saber por quem...) que tais orientações nunca existiram.
Apetece-me dizer "tá bem abelha...", pois não acredito nesta justificação. Seja como for, resolveu-se o problema (a justificação terá sido uma saída airosa), o que é em si positivo.
Tal como realcei no título, demonstra que apesar de continuarmos a ser uma sociedade onde impera a homofobia, ao menos o sr. Sócrates percebe o suficiente de Relações Públicas para evitar criar um conflito desnecessário. Pode não ter sido pelo melhor motivo, mas fico contente por ter sido corrigida esta idiotice.
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Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006
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Soube por
um post no Devaneios Desintéricos das orientações dadas pelos serviços consulares portugueses em Madrid para negar a emissão de documentos necessários à contracção de matrimónio, se este se destinar a um casamento gay. Li e não acreditei - ou não acreditaria se se tratasse de um país que não Portugal e a sua mentalidade ainda e sempre serôdia.
Vou tentar saber mais sobre o assunto, se já há abaixo-assinados organizados, etc...
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Quinta-feira, 27 de Julho de 2006
Em Madrid, pelo menos, isso parece ser verdade, apesar da aparência progressista. A legalização do casamento entre homossexuais parece demonstrar uma sociedade aberta, inclusiva, sem medo de avanços sociais potencialmente polémicos. No entanto, sob esta manta colorida, a mesma negra realidade do costume, em Espanha como em todos os outros países: a intolerância, a homofobia.
Veio hoje no meu jornal de sempre, o Público, uma notícia chocante o suficiente para me levar a escrever este post. Um espanhol e um holandês que frequentavam uma piscina pública em Madrid foram atacados, à pedrada e ao pontapé (sim, leram bem... não sei como é possível haver pedras numa piscina, mas isso deverá ser perguntado aos responsáveis pela segurança da dita), pelo simples facto de terem trocado um abraço e um beijo em público.
A notícia vem hoje em todos os jornais espanhóis, juntamente com declarações de membros de associações de defesa dos direitos LGBT (para quem não sabe: sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) que asseguram que apesar de se sentir uma maior abertura social, este tipo de agressão continua a fazer parte do quotidiano.
São também divulgados resultados de sondagens que demonstram que boa parte dos espanhóis ainda acredita que a homossexualidade é uma doença, e até que é tratar depreciativamente os homossexuais...
Poderá ser chocante para quem não conhece um pouco desta realidade, mas é apenas demonstrativo dos muitos avanços que ainda há a fazer, e de quão lenta é a evolução neste campo social.
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