Quinta-feira, 30 de Novembro de 2006

Cartoon da semana

Mais uma vez surripiado ao Max... Já estou mesmo a abusar... Mas vale a pena porque a imagem é muito reveladora do que se vai passando na Rússia do czar Putin-Staline, sobre a qual já não escrevia há demasiado tempo.
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Post da semana

Esta semana, destaco uma citação que o sempre atento Max lanou no Devaneios Desintéricos, o meu/vosso blog de referência. "a liberdade de pensar na Democracia possível" deixa pistas e faz-nos pensar nisso mesmo, em quanta democracia, e qual democracia, será afinal possível...
Para não abusar do surripianço descarado, deixo aqui apenas parte da tal citação. Para o resto, vão ao Devaneios, e aproveitem para apreciar o novo e arejado layout - esta nota de publicidade é para evitar a censura do Max por lhe ter "roubado" a citação...

"Pensar sempre conduziu a suscitar a questão da ordem do Mundo. Ora, o Mundo é dirigido pelo Poder, e aquele que pensa coloca em causa o Poder. Pensar é, pois, uma actividade perigosa (...) O que está a acontecer na Rússia não é um caso isolado. Aquilo que lá se passa é um presságio de uma tendência crescente no seio dos poderes que hoje decidem a ordem do nosso Mundo: a de calar, por diferentes métodos, aqueles que ponham em causa a ordem vigente."
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O Vaticano ainda percebe de política

Continuando a senda de notícias perfeitamente expectáveis, o Papa pronunciou-se ontem na Turquia a favor da integração deste país na União Europeia, inflectindo a sua posição pessoal de quando ainda se chamava Ratzinger.
Apesar de afirmar que esta é uma visita pastoral, e não política, ninguém acredita que a verdadeira motivação é bem política e prende-se com a necessidade de pacificação da turba islâmica, sinal de que a violenta polémica quando do tristemente famoso discurso de Ratisbona tocou num qualquer nervo do Vaticano.
Para essa pacificação acontecer, tudo tem de acontecer rigorosamente como planeado - de acordo com os exactos detalhes naturalmente combinados a priori pelas duas diplomacias - o que não tenho dúvidas que vai acontecer, e afirmações como esta do Papa favorável a uma Turquia europeia têm de ser proferidas.
Noto no entanto que tal não significa que Bento XVI tenha mudado a sua opinião pessoal: a afirmação não foi feita pessoalmente, tendo o Papa apenas anuído no "diz que disse" do primeiro-ministro turco em como o primeiro revelou querer a Turquia na UE. Não tendo mudado de opinião, no entanto, rendeu-se aos ditames da realpolitik, sinal de que algo mexe, ainda, para os lados da Catedral de S. Pedro...
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um discurso de Abraracourcix às 09:29
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11 de Fevereiro, dia Sim!

Como era inteiramente previsível, Cavaco Silva decidiu convocar o referendo sobre a despenalização do aborto. Já está marcado na minha agenda o dia - 11 de Fevereiro. Agora falta o mais difícil, fazer com que nessa data poucos estejam em dia Não...
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Quarta-feira, 29 de Novembro de 2006

Para quê falar na co-incineração?...

Da fonte habitual, o Público pois claro:

"Tribunal de Almada dá luz verde aos testes de co-incineração no Outão

"O Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada decidiu, ontem, levantar o decretamento provisório das providências cautelares contra a co-incineração interpostas pelas câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra.
A decisão, que contraria a decisão proferida, provisoriamente, no dia da entrega das acções judiciais - 3 de Novembro - abre caminho à realização dos testes de co-incineração na Secil.
(...) Na sentença, o juiz alega que "não existem indícios de que o processo de co-incineração venha a ser efectuado com inobservância das regras técnicas e dos limites impostos ao exercício dessa actividade".
Ao contrário do que sustentou a decisão provisória, o tribunal considera agora que "não existe uma situação de especial urgência" para manter o decretamento, em nome da salvaguarda dos valores da saúde pública ou do ambiente."

Um dia depois de me ter congratulado - ainda que com reservas - pelas decisões judiciais de suspender os processos de co-incineração na Arrábida e em Souselas, penso como fui ingénuo por acreditar que havia pelo menos uma hipótese de o processo ser travado...
Sócrates quer, pode e manda neste país, é ponto assente, e até os tribunais lhe querem fazer a vontade, tremendo de medo perante a potestade...
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um discurso de Abraracourcix às 09:43
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Terça-feira, 28 de Novembro de 2006

Cenários pós-vitória do Sim no referendo: SNS ou privados?

É uma discussão muito pertinente, dilema que já me assaltou mas ainda não tinha visto explanado em nenhum sítio. Entrei agora no blog Pelo Sim (vai também para a barra direita, secção relativa ao referendo: "olha o peixe fresco!"), onde um dos autores, EPB, levanta o assunto para se mostrar favorável à realização da IVG, caso a sua despenalização seja aprovada, no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Sem ter ainda a minha opinião consolidada quanto a isto, pendo mais para o lado do SNS, embora também já tenha ouvido partidários do SIm oporem-se à realização de IVGs no sistema público... mais uma discussão com pano para mangas.
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um discurso de Abraracourcix às 11:50
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Sondagem dá vitória confortável ao Sim no referendo

O Diário de Notícias publica hoje uma sondagem onde "a diferença entre os apoiantes do «sim» e do «não» é nesta altura de dois para um (61%-30%)."



Embora o blogue do não se congratule com a "recuperação de 5 pontos do Não" (em relação a outra sondagem de há um mês), há elementos muito encorajadores para o campo do Sim :
"Os jovens, ou seja, os eleitores entre os 18 e os 34 anos, assumem nesta sondagem um papel particularmente importante: são eles que mais dizem que vão votar (85,7%) e são eles que mais dizem que vão votar "sim" no referendo (73,7%). Por oposição aos mais velhos (mais de 55 anos), que são quem menos vontade tem de ir votar e quem mais opta pelo "não" no referendo."
Ou seja, e até ver, o campo do Sim - maioritariamente jovem - para além de largamente maioritário está muito mais motivado para ir votar. Só não percebi se nos resultados da sondagem estão integrados apenas os que disseram que iam votar, ou todos os que responderam ao inquérito, caso em que a percentagem do Sim subiria ainda mais.
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Vitória de Pirro para o ambiente na co-incineração

"O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra (TAFC) deu razão à Câmara de Coimbra, ao suspender a eficácia do despacho do ministro do Ambiente, que permitia à cimenteira de Souselas avançar com a co-incineração de resíduos industriais perigosos, sem realizar um segundo estudo de impacto ambiental. (...) No princípio de Novembro, uma decisão judicial semelhante inviabilizou a realização de testes de queima de resíduos perigosos na cimenteira da Secil, no Outão - dentro do Parque Natural da Arrábida. A acção foi intentada pelas câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra, que também pediam, através de uma providência cautelar, a suspensão do despacho que isentou a co-incineração do processo de avaliação de impacto ambiental."

Rejubilo, ainda que provisoriamente, com esta notícia que retirei do Público de hoje, sobretudo com a decisão relativa à cimenteira do Outão (não estava no país no princípio de Novembro e só agora soube dessa decisão!), onde considero absolutamente criminoso - em plena área protegida da Arrábida, que tem fauna e flora únicas - levar-se a cabo este processo.
Se já não me oponho, em princípio, à co-incineração em Souselas, considero que o avanço deste processo não pode nunca ser feito atropelando os mais básicos princípios de protecção do Ambiente, como é o caso de um simples estudo de impacto ambiental - e até é sabido como as conclusões destes estudos costumam, como que por coincidência, ir de encontro às pretensões de quem manda...
É também curioso ver como alguém que já foi ministro do Ambiente faz gala de desrespeitar os princípios que um dia foi encarregue de defender (mas que já na altura, acrescento, só defendia quando lhe dava jeito)...
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um discurso de Abraracourcix às 10:45
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Segunda-feira, 27 de Novembro de 2006

Só o corpo de Cesariny morreu hoje

discurso ao príncipe de epaminondas, mancebo de grande futuro

Despe-te de verdades
das grandes primeiro que das pequenas
das tuas antes que de quaisquer outras
abre uma cova e enterra-as
a teu lado
primeiro as que te impuseram eras ainda imbele
e não possuías mácula senão a de um nome estranho
depois as que crescendo penosamente vestiste
a verdade do pão a verdade das lágrimas
pois não és flor nem luto nem acalanto nem estrela
depois as que ganhaste com o teu sémen
onde a manhã ergue um espelho vazio
e uma criança chora entre nuvens e abismos
depois as que hão-de pôr em cima do teu retrato
quando lhes forneceres a grande recordação
que todos esperam tanto porque a esperam de ti
Nada depois, só tu e o teu silêncio
e veias de coral rasgando-nos os pulsos
Então, meu senhor, poderemos passar
pela planície nua
o teu corpo com nuvens pelos ombros
as minhas mãos cheias de barbas brancas
Aí não haverá demora nem abrigo nem chegada
mas um quadrado de fogo sobre as nossas cabeças
e uma estrada de pedra até ao fim das luzes
e um silêncio de morte à nossa passagem

(Mário Cesariny, 1923-2006)
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um discurso de Abraracourcix às 10:18
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Atribulações de uma portuguesa na China

Também poderia ser este o nome do mimiwo, o excelente blog de Rafaela Teves, de quem nada conheço e de quem pouco é dado a saber pela leitura dos posts, mas que não tem qualquer importância na qualidade e no interesse do que é escrito (por exemplo - e até os títulos são parte integrante desse interesse - o mais recente "Lição 6 || Revolução Cultural", ou o que primeiramente me chamou a atenção, "Os nervos também se podem adiar || O futuro será brilhante", ou ainda "E aos não sei quantos dias, eles desbloquearam o blogspot..."), a merecer desde já este destaque e a consequente ida directa para a coluna dos irredutíveis gauleses!
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um discurso de Abraracourcix às 10:17
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O Papa, a Turquia e a União Europeia

Vem no Público de hoje:

"Numa entrevista à agência de notícias turca Anatolia, a partir de Roma, o porta-voz do Vaticano esclareceu que o Vaticano não é contra a entrada da Turquia na União Europeia. "Se a Turquia cumprir as suas obrigações e os requisitos europeus, por que não haveria de tornar-se um membro da UE?", disse Federico Lombardi sobre esta questão, depois de Bento XVI ter dito em 2004, antes do início do pontificado que seria "uma grande erro englobar a Turquia na União Europeia" porque "historicamente e culturalmente" tinha "pouco a partilhar com a Europa"."

Pergunto eu: alguém lhe perguntou a opinião, agora ou em 2004? O Vaticano, embora para muitos efeitos associado politicamente a Itália, não é um Estado-membro da União Europeia e não tem, portanto, voto na matéria.
Uma das coisas que mais me indigna na postura diplomática do Vaticano é esta "mania" de darem opiniões sobre assuntos que não lhes dizem respeito, para desta forma tentarem condicionar terceiros segundo a agenda que mais lhe convém.
E o actual Papa, esse Maquiavel de mitra, não se incomoda minimamente em fazê-lo, mesmo que tenha de dizer algo e o seu contrário - a respeito da polémica citação do discurso, em que dizia que «Maomé apenas tinha trazido "coisas más e desumanas"», e depois dizendo calmamente (como se alguém acreditasse) que ela não correspondia à sua opinião pessoal; e agora acerca da entrada da Turquia, primeiro "contra", agora "a favor" para tentar apaziguar a efervescente opinião pública turca - de novo, como se alguém acreditasse que esta posição é motivada por algo mais que mero tacticismo político barato e de consumo rápido...
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Sexta-feira, 24 de Novembro de 2006

Cartoon da semana

Este já está um pouco desactualizado, mas está tão bom que não resisto:

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um discurso de Abraracourcix às 10:40
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Os libaneses pedem: Deixem o Líbano respirar

Retirado do Público de ontem:

"O Torino é um pequeno bar em Beirute. O único onde Mazen Kerbaj ainda vai. Há uma semana, sentado na mesa do fundo, com o seu mais recente auto-retrato em cima da mesa, Mazen disse: "Hoje é a mesma coisa que na véspera de 1975. Parece que não aprendemos com os nossos erros. Todos os que são líderes agora participaram na guerra civil e ninguém quer admitir que errou, toda a gente tinha razão. Nada mudou e nada mudará."
O DJ estava a passar Bob Dylan. Uma rapariga que podia ter 14 anos mas tem 28 entrou e deu um beijo a Mazen, antes de acender um cigarro. Não lhe ocorreria dizer tal, mas é xiita. Tão xiita como Mazen é cristão maronita (no que depende deles, nada). Mazen nasceu em 1975 e nunca viveu fora do Líbano, o que quer dizer que de certa forma já viu tudo e reconhece o que viu: "Acho que estamos na véspera de uma nova guerra civil. Estou totalmente pessimista."
Três dias depois Mazen partiu em digressão para a Europa levando a sua trompete (e alguns dos desenhos que fez durante a última guerra, como aquele em que está na varanda de casa a improvisar entre as bombas israelitas - registo em mp3 na Net). [trata-se do mesmo Mazen que possui um blog onde coloca os seus desenhos, comentários e algumas impressões avulsas, que em Agosto aqui destaquei... aqui fica de novo o destaque porque os seus desenhos de alguma forma alusivos à situação do seu país se tornam de novo relevantes...]
Estaria em Bruxelas à hora a que Pierre Gemayel foi assassinado.
(...) É um nome cheio de ecos, Gemayel. Naturalmente, cada um o ouve do lugar em que está. Dizer que são cristãos maronitas é sobretudo dizer que pertencem a uma tribo. Como todos (sunitas, xiitas, drusos) entre 1975 e 1990 cortaram cabeças, abriram valas comuns, cuspiram por cima. E, ocasionalmente, morreram. Bashir Gemayel (tio do agora assassinado Pierre) era o líder da milícia falangista que massacrou centenas de palestinianos em Sabra e Shatila depois dele ter sido assassinado.
Serem (cada vez mais) uma minoria, nunca impediu os maronitas de se verem como os melhores. Ainda recentemente, quando o Hezbollah e os xiitas vinham com exigências políticas em nome da maioria demográfica, o jovem Pierre Gemayel resumia assim este espírito: "Eles ameaçam com a quantidade. Nós temos a qualidade."
Isto enfurece Mazen. Sobranceria, tribalismo, um país em que engravatados de hoje são ex-carniceiros e os principais órgãos de poder continuam a ser divididos por religiões (o Presidente para os cristãos, o primeiro-ministro para os sunitas, o presidente do parlamento para os xiitas...). "Não se pode viver numa democracia com sectarismo e confessionalismo. Aqui não há esquerda nem direita, todos os partidos se relacionam com religião."
Como muita gente da geração de Mazen - os filhos da guerra civil - Sandra Dagher partilha esta repulsa em identificar as pessoas pela religião. A sua família é cristã maronita de Bekfaya, a mesma terra dos Gemayel, mas ela não sabe qual é a religião de vários dos artistas que acolhe no Espace SD, uma espécie de centro cultural privado em Beirute. É preciso alguém perguntar-lhe para ela se pôr a pensar se aquele será druso ou xiita - e no Líbano isso pode querer dizer que primos de ambos se chacinaram em algum momento.
(...) De resto, Sandra está onde Mazen e muitos mais desta geração parecem estar, num lugar que não é do Governo e não é do Hezbollah. O lugar onde esta história acabaria, se a deixassem."
(Alexandra Lucas Coelho)

Sempre pensei que a tensão inter-confessional no Líbano é algo de artificial - como por exemplo na Bósnia - algo que vem de cima e faz parte integrante do discurso político, mas não da vida das pessoas. Os libaneses - pelo menos e a fazer fé na repórter, os "filhos da guerra civil" - não se preocupam com a confissão religiosa de cada um. No dia a dia, ser xiita, sunita, druso ou maronita é pouco mais que irrelevante.
Os políticos, oprtunistas aqui como em qualquer parte do mundo (mas aqui é mais grave porque jogam com a vida das pessoas, e não apenas com quem está no poder), utilizam um discurso sectário como forma de obtenção de benefícios, políticos e pessoais. O que leva a que quem tenha mais sucesso seja quem de forma mais eficaz consiga arregimentar a sua comunidade e, mais que isso, a situações como a vitória democraticamente legítima de um movimento como o Hamas - e que a haver novas eleições se arrisca a acontecer com o Hezbollah no Líbano.
E assim, em vez de se traçarem linhas divisórias baseadas nas diferentes ideias de cada partido, traçam-se fronteiras baseadas exclusivamente num só elemento, a religião, que é irrelevante para o quotidiano daqueles que é suposto darem o seu voto.
Reitero a ideia com que termina a reportagem do Público:

"
um lugar que não é do Governo e não é do Hezbollah. O lugar onde esta história acabaria, se a deixassem."
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um discurso de Abraracourcix às 09:25
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Quinta-feira, 23 de Novembro de 2006

Tibete ainda menos livre

Ponto prévio: como os mais atentos da meia dúzia de irredutíveis gauleses que a espaços vai povoando esta aldeia já deve ter reparado pela seriação de links da coluna direita, o Tibete é uma das minhas causes célèbres. É-o por vários motivos, que resumidamente poderei caracterizar como a minha indignação pelo destino de um povo e uma nação com uma história tão antiga como a própria China e com uma cultura igualmente rica e com alguns princípios que me são particularmente caros.
Sendo uma minha cause célèbre, nem por isso deixei de ser suficientemente realista para a considerar uma causa mais ou menos perdida. A China, fazendo jus ao epíteto "paciência de chinês", vai paulatinamente "destibetanizando" o próprio Tibete, onde na capital Lhasa já pouco resta da cultura autóctone e tudo foi substituído por objectos, edifícios, práticas "tipicamente chineses".
Considero o Tibete como território um caso perdido, mas sempre mantive uma esperança infundamentada, alumiada por algumas declarações ocasionais do Dalai Lama, em como o território onde a Índia vai permitindo a cerca de 120.000 tibetanos a quem deu asilo viver e até constituir um governo pudesse um dia servir de base a um qualquer tipo de autonomia mais alargada, a um qualquer tipo de autodeterminação.
Todas estas vãs esperanças vão no entanto caindo por terra quando se lê coisas como a que retirei da notícia de ontem relativa à visita de estado de Hu Jintao à Índia:

"A forte relação comercial desenvolvida mais recentemente - o comércio bilateral aumentou de 260 milhões para quase 20 mil milhões em 16 anos - abre espaço a uma aproximação política, considera a BBC (...) A Índia continua a dar asilo a cerca de 120 mil tibetanos incluindo o Governo no exílio e o líder espiritual, Dalai Lama. Mas reconhece desde 2003 o Tibete como parte da China, e nesta visita reiterou uma promessa antiga de não permitir no seu território actividades políticas hostis contra a China."

Uma etapa mais na longa e dolorosa queda em desgraça do povo tibetano...
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um discurso de Abraracourcix às 10:07
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Quarta-feira, 22 de Novembro de 2006

Cartoon pelo Sim!

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um discurso de Abraracourcix às 15:00
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Os melhores javalis


O chefe viu:
   "Nightwatchers", Peter Greenaway

  

 

   "The Happening", M. Night Shyamalan

  

 

   "Blade Runner" (final cut), Ridley Scott

  


O chefe está a ler:
   "Entre os Dois Palácios", Naguib Mahfouz

O chefe tem ouvido:
   Clap Your Hands Say Yeah, Some Loud Thunder

   Radiohead, In Rainbows
 

por toutatis! que o céu não nos caia em cima da cabeça...

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