Breve notícia no Público de hoje:
"Primeiro-ministro húngaro reconhece que mentiu"
"O primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, 45 anos, eleito em Setembro de 2004, confirmou ontem a autenticidade de uma gravação que veio a público onde diz que a sua coligação de socialistas e liberais teve de mentir para ganhar as legislativas de Abril último. Partes do seu discurso numa reunião do Partido Socialista Húngaro (MSZP) foram emitidas na rádio estatal: "Não se pode citar qualquer medida significativa de que nos possamos orgulhar, excepto o facto de ao fim e ao cabo havermos conseguido retirar o Governo do abismo. Se temos de prestar contas ao país do que fizemos, o que é que havemos de dizer? Mentimos de manhã à noite." No domingo, 3 mil pessoas concentradas junto ao Parlamento pediram a sua demissão, depois do escândalo. Mas o chefe do Executivo disse que não o fará. O país tem sofrido défices orçamentais desde 2000 e recentemente submeteu à Comissão Europeia um plano para reduzir o seu défice, que é o maior dos Vinte e Cinco."
Soa-vos a familiar?
Cá somos muito mais calminhos na reacção, até porque costuma ser o executivo seguinte a denunciar a mentira do seu antecessor. Brandos costumes, indeed ...
De
max a 21 de Setembro de 2006 às 13:37
Assombrosa é, no entanto, o comportamento da extrema direita húngara. Anteontem conseguiram pilhar as instalações da Sede da TV Estatal em Budapeste.
A seguir muito de perto o que acontece na Hungria. Que se aprendam as lições que dali sairão...
Max, dizes que os protestos em curso na Hungria estão a ser orquestrados pela extrema direita?
O centro/leste europeu está todo ele a ser assolado por um crescimento assustador da extrema direita. Esse crescimento é, a meu ver, fruto da conjuntura de múltiplos factores, alguns dos quais não reprodutíveis fora do contexto daquela zona da Europa. Não significa que não haja lições a extrair...
O que mais me faz confusão, no entanto, é lembrar-me da celeuma que foi quando há uns anos se formou na Áustria um governo com a participação da extrema direita, quando só faltou ameaçar os austríacos de expulsão da UE. Comparo o então sucedido com os dados recentes - que me parecem muito mais importantes - não de um, mas de vários países da UE, que pelos vistos para Bruxelas são membros de segunda, os quais não merecem o mesmo tipo de atenção...aliás,não merecem qualquer tipo de atenção. Mais do que hipocrisia, é um enterrar a cabeça na areia muito, mas muito, assustador...
E é um fenómeno que parece estar a espalhar-se em toda a Europa dita "de Leste" à velocidade de um incêndio de Verão... Para Portugal talvez nem tanto (pelo menos não a curto/médio prazo), mas para a UE como instituição, e para muitos dos seus membros, seria importante tomar uma posição firme o quanto antes.
(estou a ser lírico, eu sei, isto não vai acontecer, e a Europa vai correr um risco sério de se desmoronar, de implodir...veremos se tem forças para resistir aos fortes abalos que virão)
Ainda não tinha lido o teu post. Estou (ligeiramente) mais sossegado, mas tudo o que disse no comentário mantém-se.
comentar - começar zaragata