Sexta-feira, 22 de Setembro de 2006

Golpe de estado na Tailândia: quem é o homem na sombra?

Tenho seguido com atenção as notícias que têm chegado da Tailândia, onde um golpe liderado pelo general Sonthi Boonyaratglin, pelos vistos homem obcecado pela legalidade e constitucionalidade e avesso a golpadas,  derrubou o governo de Thaksin Shinawatra, sobre o qual pendiam graves acusações de corrupção (e o sentimento geral entre a população que tal correspondia à verdade).
Para já, o parlamento e o senado foram dissolvidos, a lei marcial foi decretada, foram proibidas reuniões com mais de 5 pessoas, e quaisquer actividades dos partidos políticos, bem como decretadas severas restrições à comunicação social. Ou seja, neste momento a Tailândia é tecnicamente uma ditadura.
O novo executivo, já investido pelo rei, prometeu ter pronta uma nova Constituição dentro de duas semanas, por forma a tentar no prazo de um ano convocar eleições. E aqui entra o que eu tenho tentado perceber: se, como explica o amigo Max, a Tailândia estava à beira de novas eleições - eu só sabia que Thaksin Shinawatra já tinha prometido afastar-se do poder, após intensa pressão popular - que escolheriam um novo governo em princípio impoluto, não faz grande sentido um golpe de Estado que apenas adia a normalidade democrática para o final do próximo ano.
Parece-me portanto haver interesses ocultos nesta história: ou o exército tailandês, tradicionalmente visto como garante último da democracia no país, sentiu que de alguma forma estava a perder poder e quis ganhá-lo pela força, ou terá sido o próprio rei (que rumores consistentes afirmam ter congeminado na sombra o golpe) a ansiar essa conquista de poder.
Em qualquer dos casos, a aparição de um general tido como "legalista" como líder do movimento golpista tem um de dois significados: ou essa capa "legalista" apenas oculta o seu verdadeiro carácter, ou está a ser - conscientemente ou provavelmente não - utilizado como "testa de ferro", mera marioneta de quem segura os cordéis (outros militares ou até o rei)...
:
Abraracourcix o chefe falou sobre: ,
um discurso de Abraracourcix às 14:42
link do discurso
De max a 23 de Setembro de 2006 às 14:21
Exactamente, amigo Rufino. A questão é mesmo essa. Por muito que perceba e esteja ciente das tensões políticas existentes em bangkok - aliás, o Devaneios já as vinha seguindo há uns meses - não percebo a oportunidade de um Golpe de Estado quando faltava tão pouco para o Povo - vontade última em Democracia - se pronunciar sobre o rumo do País.

Aguardemos pela nova constituição (seja qual for, não legitimada democraticamente). Seja como for, a mim cheira-me a esturro...
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