A dança dos esqueletos de Camarate

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Quarta-feira, 22 de Novembro de 2006

A dança dos esqueletos de Camarate

Na última semana têm surgido notícias que visam ressuscitar o "cadáver" de Camarate através do pacto cozinhado entre PS e PSD para a alteração das regras de funcionamento das comissões parlamentares, algumas das quais de forma quase ad hoc para este caso.
Citando o Público de ontem, a proposta do PS é a de "criar uma figura nova no ordenamento jurídico: um procurador especial, nomeado pela Assembleia da República entre juristas de reconhecido mérito, que teria poderes idênticos aos do Ministério Público para proferir acusação, quando o Parlamento concluísse pela existência de certos tipos de crime (terrorismo, crimes de guerra, homicídio das mais altas figuras do Estado ou atentado ao Presidente da República).
O projecto do PSD é diferente, pretendendo apenas obrigar o Ministério Público a proferir acusação quando uma comissão de inquérito conclua haver indícios de crimes de homicídio das mais altas figuras do Estado. Ambas as propostas caíram mal junto dos operadores judiciários, que consideraram estar em causa, ora a separação de poderes, ora a autonomia do Ministério Público."
Junta-se ao "tango" o CDS, que pelo caminho aproveita para tentar que se julgue também a morte de Amaro da Costa, e não só a de Sá-Carneiro, e temos aqui uma autêntica dança dos esqueletos.
Apercebo-me então que há muitos fantasmas de Camarate que ainda mexem... não considero boa ideia remexer nos caixotes do lixo da História mesmo que relativamente recente, mas se for para os fantasmas poderem enfim descansar em paz, pois que seja...