Segunda-feira, 12 de Fevereiro de 2007

Referendo - até que enfim, um país moderno!

Ontem, tal como escrevi no post abaixo, foi um bom dia para a liberdade, um bom dia para Portugal como país. A abstenção esteve dentro dos parâmetros que eu esperava (50-55% se estivesse bom tempo, o que não aconteceu; 55-60% se chovesse), o que como é natural e atendendo às declarações políticas na noite pós-referendo, não impedirá a mudança da lei (a não ser que o sr. Silva decida puxar dos seus galões...), mas a dimensão da vitória do Sim excedeu as minhas expectativas mais optimistas.
Afinal - e correndo o risco de este se tornar um post excessiva e puerilmente optimista - em 8 anos em que pelo menos os dois partidos do "bloco central", bem como as ditas "elites" deste país, "deslizaram" para o lado do Sim (cheguei a estranhar, face a este deslizar, que a fazer fé nas sondagens as intenções de voto não o acompanhasse), afinal também a sociedade acompanhou esse movimento.
Apesar de toda a guerrilha verbal, apesar de o país continuar a apresentar uma "fractura social" que se reflecte nesta questão (é só olhar para o mapa com as vitórias do Sim e do Não por concelho, que de resto espelha de forma quase perfeita o mesmo mapa relativo a 1998; a diferença foram a proporção entre o Sim e o Não, pois os concelhos que já eram por um dos lados mantiveram na sua esmagadora maioria o sentido de voto), o Sim ganhou 10% em relação ao pretérito referendo.
A lei vai por isso mesmo mudar. Afinal, os portugueses evoluem. Finalmente (nem que seja por uns dias, deixem-me regozijar com isto), um país moderno!
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um discurso de Abraracourcix às 09:34
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A great day for freedom

On the day the wall came down
we threw the locks onto the ground
and with glasses high we raised a cry
for freedom had arrived...
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um discurso de Abraracourcix às 09:22
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Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007

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Cartoon da semana - Sim à despenalização do aborto!

Pelo Sim, pois claro! "Reciclagem" de cartoon já aqui publicado anteriormente.

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um discurso de Abraracourcix às 12:10
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Histórias de aborto...

Aqui ficam quatro histórias de quatro abortos diferentes em tudo: nas circunstâncias em que foram decididos, nas condições em que foram feitos, no resultado... fazem parte de um documentário realizado pelos Jovens pelo Sim, que está no Youtube em 2 partes e que aqui divulgo, para que se saiba, sem tabus, sem sensacionalismos para um extremo ou para outro, o que está em causa a 11 de Fevereiro.

Parte 1:


Parte 2:
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Sondagens referendo despenalização do aborto - les jeux sont (presque) faits

A avalanche de sondagens dos últimos dias (Católica/JN/RTP, Aximage/CM, Eurosondagem/Expresso/SIC, Intercampus/Público/TVI) dá algum ânimo ao Sim... No meu trabalho gráfico (uma simples folha de Excel e correspondente gráfico com linhas de tendência de média móvel) é visível mesmo uma pequena recuperação, e correspondente descida do Não.
A mim, anima-me sobretudo olhar para as fichas técnicas destas sondagens e perceber que pelo menos as da Intercampus (Público e TVI) e as da Eurosondagem (Expresso e SIC) foram feitas através de simulação de voto em urna, logo captando, a existirem, eventuais "Sim encapotados". Mesmo em ternos de abstenção, parece existir uma tendência para maior participação - vamos ver se o tempo ajuda...
Seja como for, em termos de sondagens les jeux sont faits... E em termos de tendência final fica então assim:

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um discurso de Abraracourcix às 09:56
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Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2007

Despenalização do aborto - o meu Sim

A apenas 3 dias do referendo, e quase finda a campanha, não podia deixar de aqui colocar o meu manifesto pelo Sim, as razões pelas quais voto Sim.
Embora desde sempre tenha sido favorável à despenalização do aborto, foi ao ler este texto, que faz parte do livro Dragões do Éden, de Carl Sagan - onde o autor discorre essencialmente sobre a evolução da inteligência humana - que consegui interiorizar e sistematizar os motivos pelos quais advogo a despenalização. Desde então - penso que tinha 16 anos na altura, quando já se começava a falar do primeiro referendo - que este texto constitui o meu manifesto pelo Sim e a base da minha posição.
Sei que poderá ser polémico, pois não está relacionado com nenhum dos motivos pelos quais a maior parte das pessoas votará Sim, mas tão-só com um conceito tão simples quanto difícil de definir: o início da vida humana. É um texto bastante longo, que poderá abalar algumas consciências mas com um pouco de sorte também suscitar reflexão e discussão. Seja como for, é este o meu Sim, e não outro.


“É possível que uma melhor compreensão do cérebro também venha um dia a incidir sobre questões sociais tão perturbadoras como a definição da morte e a aceitação do aborto. Aparentemente, a ética corrente no Ocidente permite matar, por uma boa causa, primatas não humanos e outros mamíferos, embora seja interdito (aos indivíduos) matar seres humanos em circunstâncias semelhantes. A implicação lógica deste facto é que a diferença é estabelecida pelas características do cérebro humano. Do mesmo modo, se partes substanciais do neocórtice1 estiverem em funcionamento, pode-se dizer que um doente em estado de coma está vivo no sentido humano, ainda que outras funções físicas e neurológicas estejam gravemente afectadas. Por outro lado, um doente vivo, mas que não manifeste qualquer sinal de actividade neocortical (incluindo as actividades neocorticais durante o sono) pode, num sentido humano, ser descrito como morto. Em muitos destes casos, o neocórtice deixou de funcionar irreversivelmente, mas o sistema límbico2, o complexo R3 e o tronco cerebral inferior ainda estão activos e certas funções fundamentais, como a respiração e a circulação sanguínea, não foram afectadas. (…)

Ideias deste género poderiam ajudar a solucionar o grande debate sobre o aborto que agitou os Estados Unidos no final da década de 70 – uma controvérsia caracterizada por uma extrema veemência de ambas as partes e pela negação de qualquer valor aos pontos de vista do opositor. Num extremo temos a posição segundo a qual a mulher tem um direito inato ao “controlo do seu próprio corpo”, que inclui, como se afirma, a decisão de matar o feto por uma série de motivos, incluindo a rejeição psicológica e a incapacidade económica de criar o filho. No outro extremo temos a existência de um “direito à vida”, a afirmação de que matar um simples zigoto, um ovo fertilizado antes da primeira divisão embrionária, é um crime, pois o zigoto é um ser humano “em potência”. Dou-me conta de que numa situação emocionalmente tão carregada é improvável que qualquer solução proposta seja aplaudida por parte dos defensores do outro extremo e, por vezes, os nossos corações e as nossas cabeças levam-nos a conclusões diferentes. Porém, com base em algumas das ideias apresentadas nos capítulos precedentes da presente obra, gostaria, pelo menos, de tentar oferecer um compromisso razoável.

é indubitável que a legalização do aborto evita a tragédia e a carnificina dos abortos clandestinos ilegais e praticados por pessoas incompetentes (…) um vasto acesso a abortos praticados por médicos pode responder a uma importante necessidade social. Mas o infanticídio também resolveria (…) e foi amplamente utilizado por muitas comunidades humanas, incluindo certos estratos da civilização grega clássica, que, de um modo geral, é considerada como o nosso antecedente cultural. E é largamente praticado nos nossos dias, pois há muitas regiões do mundo em que um em casa quatro bebés recém-nascidos não sobrevive para além do primeiro ano de vida. No entanto, segundo as nossas leis e costumes, o infanticídio é indubitavelmente considerado um crime. Uma vez que um bebé nascido prematuramente no sétimo mês de gravidez não é substancialmente diferente de um feto in utero no sétimo mês, daqui tem de decorrer, segundo me parece, que o aborto, pelo menos no último trimestre, se aproxima muito de um crime. Objecções como a afirmação de que o feto no terceiro trimestre ainda não respira parecem-me falaciosas: será possível cometer o infanticídio depois do nascimento se o cordão umbilical ainda não foi cortado e o bebé ainda não começou a respirar? De igual modo, se eu não estiver psicologicamente preparado para viver com um estranho – no dormitório do colégio ou na tropa, por exemplo – nem por isso tenho o direito de o matar, e a minha irritação com determinados usos do dinheiro que pago em impostos não vai até ao extermínio daqueles que recebem esses impostos. O ponto de vista das liberdades individuais torna muitas vezes confusos debates deste tipo. Por que motivo, perguntamo-nos por vezes, as convicções das outras pessoas sobre este assunto me haveriam de dizer respeito? Mas quem não está pessoalmente de acordo com a proibição convencional de assassinar é obrigado pela nossa sociedade e respeitar o código penal.

No pólo oposto da controvérsia, a frase “direito à vida” é um excelente exemplo de “chavão”, que se destina mais a inflamar os ânimos do que a esclarecer. Não há qualquer direito à vida em nenhuma das sociedades da Terra nos nossos dias e se esse direito também não existiu em épocas anteriores (com raras excepções, como os Jainas da Índia). Criamos gado para ser abatido; destruímos florestas; poluímos rios e lagos até os peixes não poderem aí viver; caçamos veados e alces por desporto, leopardos pelas suas peles e baleias para fazer comida para cães; aprisionamos golfinhos, que se ficam a debater em grandes redes para pescar atum e espancamos focas bebés até à morte para “controlo da população”. Todos estes animais e vegetais são tão vivos como nós. O que é protegido em muitas sociedades não é a vida, mas a vida humana. E, mesmo com esta protecção, infligimos guerras “modernas” a populações civis, com resultados tão terríveis que, na nossa maioria, tememos considerá-los muito aprofundadamente. Frequentemente, tais crimes em massa são justificados por redefinições raciais ou nacionalistas dos nossos opositores como sub-humanos.

De igual modo, o argumento sobre o ser humano “em potência” parece-me particularmente fraco. Qualquer óvulo ou espermatozóide humano em circunstâncias adequadas é potencialmente um ser humano. No entanto, a masturbação masculina e as poluções nocturnas são, de um modo geral, consideradas actos naturais, e não motivo para uma pessoa ser acusada de crime. Numa única ejaculação há espermatozóides suficientes para a geração de centenas de milhar de seres humanos. Além disso, é possível que num futuro não muito distante sejamos capazes de produzir um ser humano completo a partir de uma única célula tirada de qualquer parte do corpo do dador. Se assim for, qualquer célula do meu corpo é um ser humano em potência se for convenientemente preservada até esta tecnologia poder ser aplicada. Estarei a cometer um massacre se picar um dedo e perder uma gota de sangue?

É evidente que estas questões são complexas. A solução, também é evidente, tem de envolver um compromisso entre um certo número de valores aceites, mas contraditórios. O problema fundamental consiste em definir em que momento o feto se torna humano. Não por ter uma forma humana, pois um produto resultante de materiais orgânicos que se assemelhasse a um ser humano, mas que fosse construído com esse objectivo, por certo não seria considerado humano. De igual modo, um ser extraterrestre inteligente que não se assemelhasse aos seres humanos, mas que desse prova de realizações éticas, intelectuais e artísticas superiores às nossas, por certo seria abrangido pela nossa interdição de matar. Não é o nosso aspecto, mas aquilo que somos, que nos define como seres humanos. A razão pela qual proibimos matar seres humanos é qualquer qualidade que estes possuem, uma qualidade que prezamos particularmente e que só encontramos em poucos – ou nenhuns – outros organismos da Terra. E não se pode tratar da capacidade de sentir dor ou emoções profundas, pois esta característica existe em muiitos dos animais que massacramos gratuitamente.

Penso que esta qualidade humana essencial só pode ser a nossa inteligência. Neste caso, o valor particular que atribuímos à vida humana pode ser identificado com o desenvolvimento e funcionamento do neocórtice. Não podemos falar do seu pleno desenvolvimento, pois este só se verifica muitos anos após o nascimento. Mas talvez possamos situar a transição para a humanidade no momento em que tem início a actividade neocortical, o que é determinado por electroencefalogramas do feto. Podemos fazer uma ideia do momento em que o cérebro começa a manifestar características nitidamente humanas a partir de observações embriológicas extremamente simples [relacionadas com o estádio de desenvolvimento e forma do cérebro]. Até à data, têm sido realizados muito poucos trabalhos neste campo e julgo que uma tal investigação poderia desempenhar um papel essencial com vista a conseguir um compromisso aceitável no debate sobre o aborto. É indubitável que haveria uma variação de feto para feto no que respeita ao momento em que têm início os primeiros sinais neocorticais registados pelo EEG e uma definição legal do início da vida humana deveria ter por base o feto que mais precocemente manifestasse essa actividade. Talvez a transição se verificasse por volta do final do primeiro trimestre ou do início do primeiro trimestre de gravidez [estudos mais recentes, ao que parece, vão apontando estádios cada vez mais precoces do desenvolvimento embrionário em que este tipo de actividade cerebral é detectada, indo tão longe quanto sugeri-la por volta das 8 semanas de gravidez…]. (Estamos aqui a falar daquilo que, numa sociedade racional, deveria ser proibido por lei: qualquer pessoa que considerasse crime praticar um aborto de um feto mais novo não teria a obrigação legal de aceitar e realizar tal aborto.)”

Carl Sagan, in Dragões do Éden
 

1 Neocórtice ou córtice cerebral: nos seres humanos e nos mamíferos superiores, a grande camada que reveste os hemisférios cerebrais, em grande medida responsável pelo nosso comportamento de seres humanos.

2 Sistema límbico: a parte do cérebro anterior intermédia, quanto à localização e antiguidade, situada entre o complexo R e o neocórtice.

3 Complexo R ou complexo reptiliano: do ponto de vista evolutivo, a parte mais antiga do cérebro anterior, e ligada às actividades cerebrais mais básicas, sobretudo as inconscientes (circulação sanguínea, respiração, digestão…)

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Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2007

Despenalização do aborto - a mãe de todas as citações assassinas

E para coroar, qual cereja em cima do bolo... uma citação de um texto de há cerca de 40 anos de Bento XVi, na altura conhecido como Joseph Ratzinger (e ainda antes de também ser conhecido como "demónio") e professor de Teologia:

"Acima do papa, como expressão da autoridade eclesial, existe ainda a consciência de cada um, à qual é preciso obedecer antes de tudo e, no limite, mesmo contra as pretensões das autoridades da Igreja."
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Despenalização do aborto - mais citações assassinas

"Visto que a Assembleia da República está maioritariamente a favor, deveria assumir que a vitória do "sim" será automaticamente vinculativa, mas que a vitória do "não" poderá não o ser automaticamente""
Do lado do Sim, Carlos Carvalhas acusa Sócrates de "excesso de zelo democrático" (!), proclamando a enormidade de se dever despenalizar o aborto mesmo se o Náo ganhar, de forma não vinculativa.

"Em 1998, Cavaco Silva foi mandatário de um dos movimentos do "não", e agora, como Presidente da República, entende nada dizer - "fiel aos meus compromissos" (...) Questionado pelos jornalistas sobre a abstenção (...) expressou o desejo de ver essa percentagem baixar, mas sem fazer um apelo directo à participação dos eleitores. "Um Presidente da República não pode deixar de dizer que gostava que isso acontecesse""
Do lado (encapotado) do Não, Cavaco Silva recusa-se (e bem) a revelar o seu sentido de voto, mas apela  à participação no referendo - só que não o diz abertamente, porque sabe que isso é teoricamente favorável ao Sim.
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Despenalização do aborto - faltam 4 dias...

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um discurso de Abraracourcix às 09:30
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Segunda-feira, 5 de Fevereiro de 2007

Despenalização do aborto - faltam 6 dias para o embate... ou será empate?

Utilizando mais uma vez o excelente Margens de Erro, junto mais uma sondagem ao meu trabalho gráfico de tendêndica de voto, esta efectuada pelo IPOM e disponível no Diário Digital (parece ter sido feita mais para uma análise da distribuição regional da tendência de voto do que para uma perspectiva global, com alguns resultados curiosos ou nem tanto, se atentarmos no que aqui deixei mais abaixo acerca da influência da Igreja...).
Seja como for, graficamente é perceptível a afirmação da tendência decrescente do Sim, e a correspondente subida do Não. Tal como há 9 anos (com a diferença de uma aparente quebra nas intenções abstencionistas, embora a sua dimensão nunca seja correctamente apreendida em sondagens), a situação parece encaminhar-se para um empate técnico, a decidir na "negra"... Esperemos que o resultado final seja diferente.

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Despenalização do aborto - para os não crentes, a prova da influência católica

Retirado de um artigo de opinião do Público de hoje (o destaque é meu), de André Freire (ao que parece, investigador de Ciência Política), onde fica provado, para os descrentes, a influência que a Igreja mantém - mesmo se a perde em termos gerais - quando se discute uma questão "moral" como a despenalização do aborto:

"Na Europa (UE 27 + 3), há 18 países onde a IVG "a pedido da mulher" (tal como será em Portugal se o "sim" vencer) é legal e é neste grupo que estão os Estados mais desenvolvidos da Europa. A estes somam-se outros cinco com legislações ainda assim menos restritivas do que a actualmente vigente em Portugal: a IVG por razões económicas, sociais e de saúde é legal. Portugal está no pequeníssimo grupo com as legislações mais restritivas (Chipre, Irlanda, Malta, Polónia e Suíça): uma posição muito minoritária na "civilização europeia".
E o que é que explica as diferenças entre os países Europeus? Usei as percentagens de pessoas que vão regularmente à missa (isto é, pelo menos uma vez por mês) em cada país, segundo os dados do Estudo Europeu de Valores, e correlacionei-as com o tipo de legislação em cada país (codificada de 1, "a pedido da mulher", até 4, "só em caso de risco de vida da mulher"). Resultado: uma correlação positiva (isto é, quanto maior a integração no universo religioso enquadrado pela Igreja mais restritiva é a legislação) e muito forte (+0,785) (o valor mínimo é 0,0, o máximo é 1,0). Ou seja, as restrições em matéria de IVG traduzem fundamentalmente a influência de uma determinada cosmovisão de base religiosa veiculada pela Igreja (...)"
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um discurso de Abraracourcix às 12:15
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Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2007

Despenalização do aborto - o PS, o referendo e as gotas da chuva

Na senda das "citações assassinas" sobre o referendo cada vez mais próximo, aqui ficam algumas declarações de Maria Antónia Palla, a única jornalista até hoje julgada em Portugal por ter falado, numa reportagem, do aborto, corria o longínquo ano de 1976.
Reproduzidas no Público de ontem, nessas declarações ela põe o dedo na ferida e adianta o motivo para a falta de empenho do PS na campanha pelo Sim: é que a defesa da despenalização do aborto, tal como em 1998, continua a gerar urticária em muitos "socialistas" e, por isso, preferem não se comprometer totalmente (se o quisessem, já tinham despenalizado o aborto por via parlamentar); ao mesmo tempo, sentem que para manter a bandeira socialista (só mesmo o nome, por estes dias e cada vez mais) não podem deixar de defender "oficialmente" o Sim. Desta forma, e muito portuguesamente, tentam passar entre as gotas da chuva da campanha sem se molhar...
(de onde é que me lembro disto... dica: é alguém cujo apelido começa por G...)

«"Não será por efeito da campanha" que o "sim" no referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez sairá vencedor. (...) Isto, porque "o PS lançou, pela segunda vez, as pessoas num referendo sem que o partido esteja mobilizado" (...)
"Não vejo diferença [em relação ao referendo de 1998], não acho que há maior empenhamento [do PS]" (...) "As outras campanhas [para eleições] implicam ganhos, conquistam-se lugares, daí o envolvimento. Eles [socialistas] acham que esta é uma questão das mulheres e as mulheres, para eles, não são, na verdade, importantes."»
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Terça-feira, 30 de Janeiro de 2007

Despenalização do aborto - faltam 12 dias para o referendo

A coincidir com a abertura oficial da campanha, começo hoje a minha pessoal "avalanche" de posts sobre o tema e, claro sobre o Sim, a que prometo dedicar incessante atenção até dia 11. Para começar, um momento hilariante, e que bem pode servir para demonstrar as enormes falácias proferidas pelo lado do Não e, sobretudo, por essa "vaca sagrada" que é Marcelo Rebelo de Sousa, aka "o Professor". Pois bem, a sua ridícula posição, ilustrada por um ridículo video, foi no passado domingo completamente devastada por esse ícone que já é "el Gato" Ricardo Araújo Pereira (magnífica personificação do "Professor", completa com todos os tiques) que junto com os seus compagnons do Gato Fedorento conseguiu eficazmente desmontar todos os seus argumentos.

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Despenalização do aborto - citação assassina 2: a desorganização do Sim

Ainda do mesmo artigo, reproduzo a parte final, como sintomático do autêntico caos que pessoalmente já senti predominar na organização (?) da campanha do Sim, por oposição ao profissionalismo da campanha do Não que transparece do referido artigo, o qual presumo ter por trás a bem oleada e mediaticamente ultra-eficaz máquina de um certo partido - por oposição, acrescento, à relativa ausência de máquinas partidárias do lado do Sim (e onde elas existem, fazem uma campanha à parte, quase autista).
Que esta passagem sirva como grito de alerta:

"(...) A situação parece indiciar o modo como boa parte das figuras que se têm mobilizado pelo "sim" encaram o referendo. A campanha é, para eles, uma obrigação cívica importante e todos manifestam uma convicção inabalável da razão do voto "sim". Mas não deixa de ser um part time de fim-de-semana, filantropia ao final do dia: algo que se faz depois das aulas, depois da reunião da empresa, quando fecha o escritório de advogados ou termina o encontro da comissão política do partido.
Cada um esforça-se para dar tempo à causa. Mas são raros os que dormem com a causa, acordam a pensar na causa, sabem o que é que a causa está a preparar para a semana, para o dia seguinte."
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Os melhores javalis


O chefe viu:
   "Nightwatchers", Peter Greenaway

  

 

   "The Happening", M. Night Shyamalan

  

 

   "Blade Runner" (final cut), Ridley Scott

  


O chefe está a ler:
   "Entre os Dois Palácios", Naguib Mahfouz

O chefe tem ouvido:
   Clap Your Hands Say Yeah, Some Loud Thunder

   Radiohead, In Rainbows
 

por toutatis! que o céu não nos caia em cima da cabeça...

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